sábado, 28 de março de 2009

maias

era um grupo formado e eu recebendo "autorização" para ser parte também. como uma comunidade e eu me tornando membra. todos usavam branco e estávamos nas entranhas da montanha, com teto de raízes com mandalas pinduradas, lindas brilhantes, de cristal, que giravam e refletiam a luz do sol que batia entre as raízes.
recebi como nova membra um presentinho embrulhado, que era um pedaço de trança, de cabelo, que para ser bem sincera não entendi direito, porém gostei muito e recebi como o presente mais importante e especial que poderia receber. entendi que ele iria se autoexplicar no futuro.
saímos de dentro das montanhas comemorando cantando tocando, para ver o vale. haviam algumas pessoas em cavalos, e os cavalos eram como cavalos voadores, saltavam nos galhos das árvores sem cair, flutuando.
sentamos para ver o vale e de repente foi pedido o silêncio. e o silêncio absoluto reinou. no horizonte mais a esquerda vinha em nossa direção um corpo em chamas, e alguém correndo atrás desta pessoa pegando fogo.
lembro de ficar muito chocada, e talvez por estar vivendo numa comunidade "ideal" de amor e paz, aceitar a realidade do mundo foi meio chocante. a realidade em forma de agressão, assasinato, fogo.
entramos para a montanha chocados, a espera de virem nos pegar.

as mandalas foram tiradas as pressas, delicadamente e com cuidado.
"ana, não vai dar tempo de fugir e levar tudo conosco"
"mas vamos tirar tudo para que nunca saibam como é que vivíamos."

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